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Terapia do Esquema

sábado, setembro 2019

A Terapia do Esquema (TE) é uma proposta inovadora e integrativa que foi criada na década de 90 e desenvolvida por Jeffrey Young.  Sua principal premissa para essa abordagem era tratar de forma efetiva os transtornos de personalidade a partir da união de abordagens e técnicas diferentes, utilizando elementos da Gestalt terapia, teoria do apego, TCC, relações objetais, entre outras. O objetivo da Terapia do Esquema é proporcionar, dentro do setting terapêutico, um ambiente acolhedor e reparentalizador, onde de forma limitada o terapeuta tenta fornecer para o paciente suas necessidades emocionais que não foram atendidas. Além disso, o terapeuta se utiliza das técnias acima citadas, mas também da confrontação empática, promovendo reflexão, insight e, por consequência,  mudanças comportamentais no paciente para que o mesmo adote estratégias mais adaptativas e enfraqueça o nível de ativação dos seus esquemas.

Existem quatro conceitos principais dentro da TE: esquemas iniciais desadaptativos (EID’s), modos esquemáticos, estilos de enfrentamento e necessidades emocionais (tarefas evolutivas)

1. Necessidades emocionais: todos nós precisamos ser atendidos em algumas tarefas evolutivas de nossos pais e/ou cuidadores para nos desenvolvermos da forma mais saudável possível (ou pelo menos o mais saudável que conseguirmos ser), são elas: aceitação e pertencimento, estímulo da autonomia, limites com afeto, validação da expressão das emoções e espontaneidade. Quando há falhas no atendimento dessas necessidades, somado a questões de temperamento e experiências precoces negativas os EID’s são desenvolvidos.

2. Esquemas Iniciais Desadaptativos (EID’s): são crenças elaboradas ao longo da vida, desenvolvidos especialmente na infância de experiências precoces negativas, mas não necessariamente traumáticas. São consideradas verdades incondicionais pelo indivíduo, disfuncionais, autoperpetuáveis, ligada a altos níveis de afeto e que são ativados por situações relevantes e servem como modelo para o processamento de eventos futuros.

3. Modos Esquemáticos: são conjunto de esquemas ou operações de esquemas adaptativos ou desadaptativos – que estão ativados no indivíduo em um dado momento. O modo é o estado predominante em um determinado momento que compreende emoções, as cognições e os comportamentos específicos, estratégias de enfrentamento que estão ativados no momento. Mudamos para modos desadaptativos quando necessidades primordiais não são cumpridas e os esquemas são acionados. 

4. Estilos de enfrentamento: são basicamente as formas que temos de enfrentar as situações que são colocadas diante de nós. Envolve, muitas vezes, erros de pensamento (distorções cognitivas) e a utilização de comportamentos que nem sempre são benéficos para nós. Diante disso, o indivíduo muitas vezes resigna na ativação do seu esquema, ou seja, aceita o que o EID diz como uma verdade e passa a ter comportamentos autoderrotistas e não “lutando” contra isso. Outra estratégia desadaptativa utilizada é a evitação, onde na tentativa de não sofrer com a dor do seu esquema o paciente evita situações, pessoas, lugares e até mesmo pensamentos que possam fazê-lo correr o risco de sofrer a dor do esquema. E por fim, a última estratégia desadaptativa é a de hipercompensação. Esta estratégia descreve um comportamento em que a pessoa tenta ir contra o seu esquema, mas acaba dando “um tiro no pé” e agindo de forma a confirmar o esquema. Como por exemplo, uma pessoa com esquema de abandono/rejeição que ao menor sinal de distância do seu parceiro, adota um comportamento “grude” e o sufoca, causando o abandono real.

Existem, também, estratégias que são saudáveis e adaptativas e nos aproximam de nosso adulto saudável, neste caso, diminuindo a valência de seus esquemas e aspirando uma vida mais leve e feliz.

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